Samia Suluhu Hassan foi empossada presidente após eleições marcadas por repressão, mortes de manifestantes e restrição de transparência
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Samia Suluhu Hassan tomou posse como presidente da Tanzânia, depois de ter sido declarada vencedora pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (INEC) com 97,66% dos votos, em uma eleição na qual os dois principais rivais foram desqualificados ou detidos. A cerimônia ocorreu de forma restrita, sem a abertura ao público, contando com membros do Partido da Revolução (CCM), diplomatas e chefes de Estado africanos, incluindo o presidente de Moçambique, Daniel Chapo.

A eleição foi marcada por episódios de violência. Segundo o partido de oposição Chadema, mais de 800 manifestantes hostis ao governo foram mortos em confrontos com as forças de segurança entre quarta-feira e sábado. O governo tanzaniano nega as alegações, afirmando que não houve uso excessivo da força. A internet permanece cortada desde quarta-feira, dificultando a verificação independente dos fatos.
A situação gerou reações internacionais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, solicitou uma investigação imparcial sobre o uso excessivo da força, enquanto os ministros das Relações Exteriores do Reino Unido, Canadá e Noruega apelaram à contenção. A União Africana felicitou a presidente pela reeleição, mas lamentou as perdas humanas, e a União Europeia confirmou relatos sobre o elevado número de mortes, qualificando as eleições de “farsa” segundo a oposição.
Organizações de direitos humanos também denunciaram abusos. A Amnistia Internacional relatou uma “onda de terror” antes das eleições, envolvendo desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias, tortura e execuções extrajudiciais. Protestos contra irregularidades eleitorais já haviam ocorrido nas últimas quatro eleições em cidades como Dar es Salaam, Arusha e Mbeya, refletindo um padrão de repressão e falta de transparência.




























































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