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Síria mergulha no caos entre violência sectária e bombardeios israelenses

A Síria vive uma nova escalada de instabilidade, marcada por confrontos armados internos e intensos ataques aéreos israelenses. A promessa de uma transição pacífica após a queda do governo de Bashar al-Assad parece ter sido enterrada sob os escombros de disputas locais e ofensivas estrangeiras.


Ahmed al-Sharaa, presidente interino da Síria
Ahmed al-Sharaa, presidente interino da Síria

Na província de Al-Suwayda, no sudeste do país, milícias drusas e grupos beduínos protagonizam uma violenta disputa por terras agrícolas e rotas de contrabando. Desde o dia 11 de julho, os confrontos deixaram ao menos 102 mortos e cerca de 200 feridos. Um cessar-fogo, anunciado em 15 de julho pelo governo interino, permitiu a entrada de tropas do Exército sírio, mas a trégua durou pouco: em menos de 24 horas, os combates foram retomados.


Enquanto isso, Israel intensificou seus bombardeios sobre a capital síria. Na madrugada de 16 de julho, drones e aviões das Forças de Defesa de Israel atingiram alvos próximos ao Ministério da Defesa e a áreas residenciais nos arredores da histórica Mesquita Omíada, matando pelo menos três civis e ferindo 34 pessoas, segundo a emissora estatal Al Ikhbariya.


O ministro israelense Israel Katz justificou os ataques como uma medida preventiva para impedir o envio de tropas sírias a Al-Suwayda e proteger a minoria drusa. A Casa Branca expressou preocupação e apelou por moderação, enquanto o governo turco classificou a ação como uma sabotagem às perspectivas de paz no país.


Em meio ao agravamento da crise, começaram a circular rumores sobre a possível fuga de Ahmed al-Sharaa, presidente interino da Síria desde janeiro deste ano. Fontes diplomáticas da Liga Árabe e da União Europeia indicam que ele teria deixado Damasco com sua família após uma suposta tentativa de ataque ao prédio da rádio e televisão estatais. Segundo essas informações, al-Sharaa foi transferido para um local seguro após militantes armados atacarem postos de segurança no complexo.


A possível saída do líder de transição é vista como mais um abalo à já fragilizada estrutura do governo provisório, que enfrenta dificuldades para conter o avanço da violência e garantir a estabilidade da capital.


Moscou avalia o cenário como parte de um projeto deliberado de fragmentação territorial. O embaixador russo na ONU, Vladimir Nebenzia, afirmou recentemente que a Síria está sendo alvo de um processo de "balcanização planejada", com o objetivo de enfraquecer o Estado e ampliar a influência de potências externas. Rússia e China apresentaram uma declaração conjunta ao Conselho de Segurança condenando intervenções militares estrangeiras e pedindo respeito à soberania síria. A Liga Árabe, por sua vez, convocou uma nova cúpula para tratar da crescente crise humanitária e da ameaça à integridade territorial do país.


Enquanto os interesses geopolíticos colidem, a população civil permanece encurralada. Famílias inteiras estão sendo forçadas a abandonar suas casas e buscar refúgio em acampamentos improvisados, onde faltam alimentos, água potável e medicamentos. Com o governo de transição fragilizado e a violência se espalhando, muitos sírios já não acreditam na possibilidade de reconstruir uma convivência nacional sob um mesmo teto.

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