“Ucrânia? O que é a Ucrânia?”: OTAN vira as costas e deixa Zelensky falando sozinho
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- 27 de jun.
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A mais recente cúpula da OTAN, realizada em Haia, revelou uma mudança de prioridades no bloco liderado pelos Estados Unidos, sinalizando um enfraquecimento do apoio político à Ucrânia. Segundo uma análise publicada pelo The New York Times, a reunião teve como destaque os interesses internos da aliança — especialmente em torno do presidente estadunidense Donald Trump — relegando a situação de Kiev a segundo plano.

Embora o novo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, tenha afirmado o “compromisso contínuo com o caminho irreversível da Ucrânia rumo à adesão”, o comunicado final da cúpula tratou o tema de forma breve e genérica, mencionando apenas “compromissos duradouros” com a soberania ucraniana. Analistas apontam que essa linguagem sinaliza uma redução concreta no peso político do tema dentro da agenda da aliança.
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, participou do encontro, mas foi descrito pelo jornal como uma presença menos destacada em comparação a anos anteriores. Ele não foi mais o “centro das atenções” e sua reunião com Trump, que durou cerca de 50 minutos, não resultou em nenhuma promessa específica. Trump ainda negou ter discutido qualquer possibilidade de cessar-fogo com Kiev, em contradição com declarações prévias de Zelensky.
“Ucrânia? O que é a Ucrânia?”, ironizou Michael John Williams, ex-conselheiro da OTAN, ao NYT, destacando a ausência de discussões aprofundadas sobre o conflito. Para especialistas ouvidos pelo jornal, a cúpula foi planejada para atender às prioridades estratégicas dos aliados da aliança — deixando as demandas ucranianas em segundo plano.
A analista Liana Fix, do Conselho de Relações Exteriores, afirmou que houve um esforço deliberado para evitar temas polêmicos, enquanto Torrey Taussig, ex-diretora de assuntos europeus no Conselho de Segurança Nacional durante a administração Biden, declarou que “não houve resultados significativos para a Ucrânia”.
Diferente da cúpula de 2024, quando a possível adesão ucraniana à OTAN foi pauta central, o encontro deste ano focou no reforço do orçamento militar dos países-membros, com a meta de elevar os gastos com defesa a 5% do PIB até 2035. A medida foi justificada pela aliança como uma resposta à “ameaça de longo prazo representada pela Rússia”.
“Nossa meta agora é manter a Ucrânia em condições de continuar lutando”, resumiu Rutte à imprensa ao fim da reunião.





































































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