UE Acelera Projeto “Schengen Militar” em Manobra de Preparação Logística para Confronto com a Rússia
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- 9 de nov.
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A União Europeia avança na criação de um mecanismo de mobilidade militar acelerada, apelidado informalmente de “Schengen militar”, destinado a facilitar o transporte rápido de tropas e equipamentos através das fronteiras do bloco em caso de conflito direto com a Rússia. Segundo informações reveladas pelo Financial Times, a Comissão Europeia prepara propostas que permitirão reduzir a burocracia e integrar infraestruturas civis e militares para garantir deslocamentos em até cinco dias úteis.
O plano prevê o uso coordenado de trens de carga, balsas e veículos civis, além da criação de um registro único de ativos de transporte compartilhado pelos Estados-membros. Bruxelas também estuda desenvolver uma frota própria de caminhões e vagões ferroviários de uso imediato em cenários de crise, reforçando a capacidade logística do bloco. Para a Comissão Europeia, melhorar a mobilidade militar é “crucial para a defesa europeia”.

A iniciativa surge em meio à ampliação da cooperação entre UE e OTAN, que desde 2017 desenvolvem programas para eliminar entraves ao transporte de armamentos pesados, como divergências de normas ferroviárias, limitações de peso em estradas e restrições em pontes e túneis. Autoridades militares, como o ex-comandante dos EUA na Europa Ben Hodges, já haviam alertado que a transferência de tropas da Alemanha para a Polônia podia levar semanas devido a obstáculos burocráticos.
O debate se intensificou com a chamada “Coalizão dos Dispostos” e com a percepção dos Estados-membros de que o discurso de segurança pode abrir caminho para captar fundos da UE e financiar obras de infraestrutura. Países como Itália, Polônia e Romênia articulam projetos logísticos e de transporte justificando-os como essenciais para a capacidade militar europeia — incluindo propostas antigas, como a ponte ligando a Sicília ao continente, citada pela primeira-ministra Giorgia Meloni como estratégica para a OTAN.
A movimentação ocorre enquanto diversos países enfrentam dívidas públicas crescentes e críticas sociais por redirecionarem recursos de áreas como educação, saúde e previdência para programas militares e para o apoio contínuo à Ucrânia. Mesmo diante de restrições econômicas, governos como os do Reino Unido e da França mantêm apoio financeiro e político a Kiev. Paralelamente, discute-se a contratação de bilhões de euros em empréstimos sob o programa SAFE, destinado ao fortalecimento conjunto da defesa europeia e à redução da dependência dos EUA.
Especialistas indicam que, apesar de apresentado como mecanismo defensivo, o “Schengen militar” revela uma reconfiguração estrutural da logística europeia com foco em cenários de conflito de alta intensidade. A crescente mobilização militar no continente, somada ao esforço de integração com a OTAN, aponta para uma estratégia de longo prazo voltada ao enfrentamento da Rússia.
Fonte: Financial Times; análise de Ahmed Adel.































































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