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Um inferno dentro do Inferno: As condições desumanas em prisões israelenses

A Comissão de Assuntos dos Prisioneiros e o Clube dos Prisioneiros denunciaram, na quatra-feira, 20 de agosto, que os palestinos de Gaza seguem submetidos a condições brutais nas prisões e campos de detenção israelenses. Quase dois anos após o início da guerra de extermínio, os relatos coletados entre os detidos revelam práticas sistemáticas de tortura, maus-tratos e violações graves de direitos humanos.


Segundo as instituições, visitas recentes a locais como a ala subterrânea “Rakeif”, na prisão de Ramle, e o campo de detenção de “Sde Timan” confirmaram a continuidade de abusos em larga escala. Testemunhos obtidos sob rígidas restrições apontam para um cenário de violência organizada, onde os detentos vivem sob terror permanente.


Prisioneiros palestinos sequestrados por Israel. 2024 - arquivo
Prisioneiros palestinos sequestrados por Israel. 2024 - arquivo

A realidade subterrânea

De acordo com os relatos, presos foram espancados e ameaçados antes de encontros com advogados, sendo coagidos a declarar que as condições seriam “excelentes”. Aos defensores, foi proibido transmitir informações sobre famílias ou sobre a guerra em Gaza.


Entre os abusos relatados estão sessões de espancamento com fraturas de dedos, privação de sol e isolamento completo. Os presos recebem apenas 20 minutos de pátio a cada dois dias, sempre algemados e com a cabeça baixa. Colchões são entregues apenas à noite e recolhidos pela manhã, obrigando-os a permanecer sentados sobre ferro durante o dia. Guardas insultam, humilham e obrigam detentos a amaldiçoar suas próprias famílias, criando um ambiente de constante intimidação.


Prisioneiros recebidos em visitas apresentavam sinais claros de tortura, lágrimas e marcas de algemas. Um deles, espancado pouco antes de encontrar o advogado, sequer conseguiu relatar o ocorrido, limitando-se a tentar se comunicar com os olhos. O quadro descrito pelas entidades é de um verdadeiro colapso psicológico coletivo.


O período de interrogatório aparece como um dos momentos mais violentos da detenção. Diversos métodos de tortura foram relatados: posições forçadas como o “fantasma” e a “banana”, espancamentos diários, privação do sono, choques físicos e sexuais.


Detento A.Y. relatou ter passado oito dias em um quartel, sofrendo tortura contínua e sessões de espancamento diárias durante um mês em Ashkelon, deixando sequelas graves no peito e nas articulações.


Detento Y.D. contou ter desmaiado diversas vezes durante sessões de tortura, sofrido lesões no peito, perda parcial de visão e danos nos rins.


Detento A.B., preso em outubro de 2023, relatou ter sido submetido a 17 dias seguidos de tortura física, inclusive agressões sexuais, e teve os dedos quebrados após novo interrogatório em Ramle.


Os presos afirmam viver em situação de fome crônica. A alimentação, descrita como “migalhas intragáveis”, é insuficiente até para uma única pessoa, mesmo quando destinada a toda a cela. Isso tem provocado emagrecimento extremo, fraqueza e agravamento de doenças preexistentes.


Epidemias, como a escabiose, espalham-se rapidamente devido à falta deliberada de higiene e cuidados médicos. A omissão das autoridades prisionais contribui para que a doença atinja grande parte dos detentos.


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Prisões em massa e desaparecimentos

Desde o início da ofensiva contra Gaza, milhares de palestinos foram detidos, incluindo mulheres, crianças, idosos, feridos, médicos e jornalistas. Muitos permanecem em desaparecimento, sem que suas famílias ou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha sejam informados sobre seus paradeiros.


As instituições conseguiram, após mudanças legais, identificar parte desses detidos e realizar visitas em algumas prisões e campos. O campo de “Sde Timan” tornou-se símbolo de tortura e abusos médicos, assim como a ala subterrânea de Ramle.


De acordo com o levantamento, 46 prisioneiros de Gaza morreram sob custódia israelense desde o início da guerra, entre os 76 detentos palestinos martirizados no mesmo período. Muitos foram vítimas de tortura, negligência médica e até execuções sumárias.

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