Bolsonaro no banco dos réus: Será que agora vai? Quais são as implicações para a política no Brasil e no cenário global?
- www.jornalclandestino.org

- 1 de set.
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O julgamento de Jair Bolsonaro, previsto para os próximos dias, reacende o debate sobre a resiliência da democracia brasileira e os impactos internacionais desse processo. Análises de juristas e historiadores indicam que o caso extrapola as fronteiras nacionais, colocando o país sob observação atenta de governos e instituições estrangeiras.

Durante o programa TVGGN Justiça, exibido em 29 de agosto, especialistas avaliaram as perspectivas do julgamento. Para o historiador Luiz Marques, professor da Unicamp, a condenação é praticamente inevitável. Ele afirmou que não restam dúvidas sobre a responsabilidade do ex-presidente, evocando o conceito jurídico estadunidense de julgamento “além de qualquer dúvida razoável”.
A dimensão internacional também esteve em pauta. Marques recordou a capa da revista The Economist, que comparou Bolsonaro a figuras associadas ao ataque ao Capitólio dos Estados Unidos em 2021. Para ele, esse paralelo reforça como o caso brasileiro se insere em um fenômeno global de erosão democrática e avanço da extrema-direita.
O jurista David Tangerino, professor de Direito da UERJ, destacou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial do ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, embora tenha sido alvo de críticas no início do processo, a Corte consolidou sua legitimidade à medida que novas provas surgiram. Tangerino ressaltou ainda que o apoio internacional fortaleceu a posição institucional do tribunal diante das pressões políticas.
A entrevista também discutiu as raízes sociais do bolsonarismo, caracterizado como um movimento enraizado em parte significativa da sociedade brasileira e resistente a argumentos factuais. Marques analisou o fenômeno como parte de uma crise mais ampla das democracias liberais desde os anos 1980, marcada pela redução do papel dos sindicatos e pelo enfraquecimento das organizações civis. Esse vácuo, segundo ele, foi ocupado por discursos conservadores amplificados pelas redes sociais, que se tornaram espaços de radicalização política.
Tangerino alertou para os riscos futuros caso a extrema-direita retorne ao poder, mencionando a possibilidade de aparelhamento das instituições e a ofensiva do bolsonarismo contra o STF. Ele lembrou que, historicamente, mesmo governos progressistas enfrentaram parlamentos de maioria conservadora, o que reforça os desafios para preservar os princípios constitucionais.






































































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