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Brasil suspende exportações de petróleo para Israel em 2025

Dados oficiais do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), indicam que entre janeiro e agosto de 2025 o Brasil não registrou exportações de petróleo cru para Israel, totalizando US\$ 25,7 bilhões em vendas internacionais de petróleo bruto. Apenas US\$ 325,2 mil referem-se a derivados, como óleos combustíveis e minerais betuminosos.


O número contrasta com 2024, quando o Brasil exportou 2,9 milhões de barris de petróleo a Israel, no valor de US\$ 215,9 milhões, um aumento de 51% em relação ao ano anterior, segundo o anuário da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Entre 2015 e 2020, não havia registros de exportações para Israel; o comércio se intensificou em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, chegando a 11,9 milhões de barris em 2022, mas declinando em 2023 e aumentando parcialmente em 2024, após o início da ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza.


©mahmoudhamda
©mahmoudhamda

O MDIC indicou que a suspensão de exportações em 2025 “provavelmente está relacionada a movimentos de mercado”, enquanto a Petrobras esclareceu que comercializa petróleo por venda direta a refinarias estrangeiras, sem controle sobre o destino final, e não vendeu para Israel desde 2023. A ANP reforçou que não regula políticas de comércio exterior nem restringe destinos de exportação.


O movimento sindical brasileiro vê o quadro como resultado de decisões políticas do governo diante de pressões da sociedade civil. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) haviam solicitado em maio deste ano ao presidente Lula o embargo energético a Israel em razão das denúncias de genocídio contra a população palestina.


“Não consigo entender outro motivo que justifique a suspensão, a não ser político”, afirmou Rodrigo Araújo, do Sindipetro-SP.

Especialistas do setor, como Mahatma Ramos, diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Ineep), apontam que a decisão combina fatores comerciais e políticos, incluindo o redirecionamento do petróleo para parceiros mais estratégicos e a pressão por denúncias contra o genocídio palestino.


A suspensão das exportações ocorre em meio a campanhas internacionais, como o BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), e a mobilização de organizações da sociedade civil e da ONU, que denunciam multinacionais beneficiando-se do conflito em Gaza. O cenário evidencia como decisões comerciais de energia se entrelaçam com questões geopolíticas e pressões humanitárias globais.

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