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Da UTI para o banco dos réus: Bolsonaro assina citação judicial sob escolta do Judiciário

Em meio ao silêncio de uma unidade de "terapia intensiva", Jair Bolsonaro (PL) foi formalmente intimado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a responder à ação penal em que é acusado de tentar articular um golpe de Estado. A entrega dos documentos ocorreu nesta quarta-feira (23), depois de momentos de tensão entre aliados do ex-presidente e uma oficial de Justiça que adentrou a ala hospitalar onde ele está internado há mais de uma semana, em Brasília.


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A cena, digna de roteiro político distópico, teve seu desfecho com a assinatura de Bolsonaro, após 15 minutos de resistência.


Os documentos em questão referem-se ao processo conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, no qual a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro de liderar o chamado “Núcleo 1” da trama golpista, investigada desde os eventos que sucederam as eleições de 2022.


A presença da oficial no hospital gerou protestos por parte dos bolsonaristas. Mas, segundo nota oficial do STF, a entrega foi precedida de uma decisão clara: “A citação dos réus informando o início da ação penal e a intimação para apresentação de defesa foram determinadas em 11 de abril. Todos os réus já haviam sido citados entre os dias 11 e 15 de abril.”


No caso específico de Bolsonaro, o tribunal decidiu aguardar um momento “adequado” para a entrega — decisão revista após ele realizar uma live pública no dia anterior, o que, segundo o STF, evidenciou sua capacidade de receber a intimação pessoalmente.


“A divulgação de live realizada pelo ex-presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)”, declarou o Supremo.

A judicialização do leito hospitalar levanta uma série de questões sobre os limites entre o discurso político e as exigências legais. Bolsonaro, que durante anos questionou o STF e o processo democrático, agora se vê formalmente confrontado pela mesma instituição que tanto atacou — e de onde pode sair condenado.


A cena de uma intimação sendo feita dentro da UTI simboliza mais do que um avanço jurídico: é o retrato de um país onde os limites entre política, justiça e espetáculo estão cada vez mais borrados. E onde nenhuma porta — nem a da UTI — parece resistir à marcha do Estado de Direito.

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