Lula articula Sul Global em defesa do multilateralismo e desafia hegemonia ocidental
- www.jornalclandestino.org

- 9 de set.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu virtualmente, nesta segunda-feira (8), os líderes do BRICS+ em um encontro extraordinário que reafirmou o papel do bloco como polo estratégico do Sul Global. A reunião contou com Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, além dos novos integrantes — Egito, Indonésia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Etiópia. Juntos, os países representam quase metade da população mundial, 40% do PIB global e 26% do comércio internacional.
Em sua fala, Lula criticou a obsolescência das instituições criadas em 1945 — ONU, OMC, FMI e Banco Mundial — que, segundo ele, foram corroídas pela irresponsabilidade das potências ocidentais. O presidente apresentou propostas como a criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU, um Fundo Florestas Tropicais, governança digital democrática contra o monopólio das big techs e a ampliação do Conselho de Segurança da ONU com maior representação do Sul Global.

Xi Jinping, presidente da China, reforçou a necessidade de resistir ao protecionismo e fortalecer a integração produtiva e tecnológica. O ministro indiano S. Jaishankar defendeu práticas comerciais previsíveis e alertou contra tarifas unilaterais. Já Vladimir Putin destacou a importância da cooperação energética e da ampliação do comércio em moedas nacionais, como forma de reduzir a dependência do dólar.
A convergência entre os discursos mostrou unidade do bloco diante das pressões unilaterais, especialmente dos EUA. Lula destacou que o BRICS+ deve chegar coeso à próxima Conferência Ministerial da OMC, em Camarões (2026), e à COP30, em Belém, onde o Brasil pretende liderar a agenda global de clima e desenvolvimento.
O encontro virtual projetou o Brasil como articulador internacional e consolidou o BRICS+ como principal espaço de resistência ao unilateralismo. “Temos legitimidade para refundar o sistema multilateral em bases modernas e voltadas às nossas necessidades de desenvolvimento”, afirmou Lula.


























































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