Tarcísio admite erro sobre câmeras em fardas da PM e promete 'punições severas' a abusos
- Clandestino
- 6 de dez. de 2024
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reconheceu nesta quinta-feira (6) que estava equivocado ao se opor ao uso de câmeras corporais por policiais militares. A declaração ocorre em meio à crescente pressão por respostas diante de sucessivos episódios de violência policial no estado.
"Eu era completamente contrário, tinha uma visão equivocada. Hoje, estou absolutamente convencido de que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial", afirmou Tarcísio

A fala do governador veio após a repercussão de um caso registrado no último domingo, em que um policial militar foi flagrado arremessando um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo. A vítima, que caiu de uma altura de três metros, sofreu ferimentos, mas está fora de perigo. O PM envolvido foi preso preventivamente e será expulso da corporação, conforme assegurou Tarcísio. "É algo inaceitável. Ele está no presídio militar e não há dúvidas de que será punido exemplarmente."
O governador, apontado como possível candidato à Presidência em 2026, reforçou seu compromisso em coibir abusos e responsabilizar os agentes que violarem a lei. "Punições exemplares serão aplicadas aos que transgridem", declarou, marcando uma mudança de postura em relação à sua oposição inicial às câmeras corporais.
A gestão de Tarcísio também enfrenta críticas por outros episódios recentes. Entre eles, a morte de um homem atingido pelas costas por um policial à paisana durante uma tentativa de furto em um supermercado e o assassinato de um estudante de medicina desarmado por um PM na Vila Mariana.
Os casos reacenderam debates sobre a atuação da Polícia Militar de São Paulo, que registrou 496 mortes entre janeiro e setembro deste ano, o maior número desde 2020, segundo dados oficiais.
Além disso, cresce a pressão para a demissão do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, um ex-capitão da PM que, antes de assumir o cargo, declarou publicamente ter deixado o batalhão de elite da corporação "porque matei muito ladrão".
Tarcísio, aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenta equilibrar a crise política e institucional enquanto busca fortalecer sua imagem para futuras disputas eleitorais.