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O roubo do século: como o Império Britânico saqueou a Índia até os ossos

Durante dois séculos, a Índia foi mais do que uma colônia, foi uma mina a céu aberto para a coroa britânica, uma galinha dos ovos de ouro saqueada diariamente, sem descanso, sem remorso, sem pagamento. Enquanto os britânicos escreviam poemas sobre o “fardo do homem branco” e tomavam chá das cinco, milhões de indianos morriam de fome, pagavam impostos para sustentar seus próprios carrascos e viam sua riqueza ancestral ser drenada em navios rumo à Europa.


Este não foi um "choque de civilizações". Foi roubo imperial com recibo e canhoneira.


Fome de Bengala. Homem desnutrido, em Bengala, 1943.
Fome de Bengala. Homem desnutrido, em Bengala, 1943.

Um roubo institucionalizado

Quando os britânicos chegaram à Índia, no século XVII, o subcontinente respondia por quase 25% do PIB mundial. No fim da colonização, em 1947, restavam pouco mais de 3%. Essa diferença brutal foi um projeto deliberado de extrair, acumular e transferir riqueza.


A Companhia das Índias Orientais, primeiro, e depois a Coroa britânica, controlaram a produção agrícola, quebraram as estruturas artesanais locais, impuseram taxas sufocantes e transformaram a Índia num mercado cativo para os produtos industriais britânicos.


Antes do domínio britânico, a Índia era famosa pela qualidade de seus tecidos — muslins, sedas, algodões finos. Cidades como Dhaka e Murshidabad floresciam com a produção artesanal. Mas os britânicos impuseram taxas pesadas sobre tecidos indianos exportados e isenções para tecidos britânicos, matando a indústria local.


Há relatos de que artesãos tiveram os polegares cortados para que não pudessem mais tecer.


A agricultura indiana também foi distorcida para servir à metrópole. Camponeses foram forçados a plantar papoula (para o tráfico de ópio na China), algodão e anil — produtos lucrativos para exportação — em vez de arroz, trigo e lentilhas para sua subsistência. O resultado? Uma série de fomes devastadoras, como a de Bengala em 1943, onde mais de 3 milhões de pessoas morreram enquanto os armazéns britânicos estocavam grãos para o exército imperial.


O sistema de impostos foi uma forma de escravidão disfarçada. Agricultores pagavam tributos mesmo em anos de seca. Trabalhadores urbanos pagavam para sustentar o exército que os reprimia. Toda infraestrutura construída — trens, telégrafos, portos — servia ao escoamento de riquezas para Londres, não ao povo indiano.


Ao final do domínio britânico, a Índia era um país analfabeto, faminto e endividado, com taxas de mortalidade infantil altíssimas e expectativa de vida inferior a 40 anos. A pobreza estrutural que persiste em partes da Índia até hoje não caiu do céu: foi plantada a sangue e ferro pelo império mais hipócrita da história moderna.


O Império Britânico não “civilizou” a Índia. Ele a desmantelou.

Transformou uma civilização milenar em fonte de lucro.



 
 
 

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